quarta-feira, 12 de agosto de 2015
Sobre Dire Straits e redescobrir a paixão pela música
domingo, 15 de fevereiro de 2015
Epifania, choque de realidade, abrir os olhos... chama do que quiser
Eu também tenho mentido pra mim mesma com uma frequência de tempo assustadora. Sabe, eu vou parar quando chegar onde eu quero. Eu não me sinto sozinha. Eu não preciso dessa pessoa. Eu vou ficar bem se meus amigos nunca mais falarem comigo. Eu estou bem. Eu vou parar quando chegar onde eu quero. Eu consigo parar. Eu não tenho um problema. Eu tô bem, eu tô bem, eu tô bem, eu não sou como as outras pessoas.
Mas eu sou. Igualzinha e sem mudar nada. Eu perdi o controle de tudo quando achei que estava recuperando. Eu abandonei todo o progresso que fiz nos últimos meses (ou anos) e voltei a ser aquela Beatriz insegura, sem confiança alguma e que precisa de estranhos para se auto-afirmar. Sabe, se ele quis ficar comigo é porque eu não estou tão mal assim. Se acaso me quiseres, sou dessas mulheres que só dizem sim por uma coisa à toa, uma noitada boa, um cinema, um botequim. Sou dessas mulheres que só dizem sim porque não existe a opção contrária, ao menos eu não acredito que exista.
Hoje eu tirei a noite para pensar naquelas afirmações de que todos precisamos de alguém que nos faça sentir necessários. E eu pensei em como eu desejo isso, mais do que o ar, mais do que essa obsessão louca que me faz sentir necessária para mim mesma. E veja bem, eu não falo especificamente desse amor tão puro cujo boato rola por aí e eu nunca conheci. Eu gostaria de me sentir necessária e essencial para alguém. Qualquer um. Alguém que dissesse "a minha vida não seria a mesma sem você" e que não o fizesse porque é frase padrão em conversas mimimi que rolam em momentos falsamente espontâneos. Porque esse é exatamente o meu problema. Todos são necessários para mim. Seja a amizade construída ao longo de anos ou o cara aleatório que eu conheci na noite passada, cada pessoa que já passou pela minha vida se tornou essencial de uma forma que só eu poderia construir. E as pessoas nunca ficam, sabe? Em algum ponto você precisa deixá-las ir e... eu nunca aprendi a fazer isso.
Eu sei que o conceito de que alguém vai chegar e te salvar de você mesma é totalmente ilusório. Mas também não consigo não acreditar que o sentimento de nunca ser boa o suficiente não é fruto dessa confiança que eu deposito tanto nas pessoas e nunca recebo de volta. Se posso tirar alguns segundos da sua atenção para ser 100% sincera, vou te falar que é uma droga ser aquela que elabora surpresas, presentinhos feitos, cartas espontâneas e nunca receba nada. Não que eu faço algo esperando ser retribuída, mas seria interessante ver como é isso ao menos uma vez.
Como eu disse no começo, eu fechei os meus olhos para tudo isso. Eu me afoguei em álcool e outros escapismos que me matam ao mesmo tempo que me mantém sã. Esse texto foi, de certa forma, uma epifania e um abrir de olhos para mim. Mas tenha a certeza de que no momento em que apertar o publicar eles serão fechados mais uma vez.
Porque eu vou parar quando chegar onde eu quero. Eu tô bem. Eu não preciso das pessoas. Eu não me sinto sozinha. Eu não preciso dessa pessoa. Eu vou ficar bem se meus amigos nunca mais falarem comigo. Eu estou bem. Eu vou parar quando chegar onde eu quero. Eu consigo parar. Eu não tenho um problema. Eu tô bem, eu tô bem, eu tô bem, eu não sou como as outras pessoas.
quinta-feira, 22 de janeiro de 2015
Que tudo mais vá pro inferno, meu bem.
quarta-feira, 15 de outubro de 2014
Drink to me; drink to my healt; you know I can't drink anymore
Talvez não do mundo, mas acima de todos os arranha-céus que há muito decoram a selva de pedra que apelidamos de São Paulo. E, aqui em cima, tudo parece como realmente é: desprezível, pequeno, destrutível, de papel.
Percebo que não estou sozinha. Um homem de cabelos encaracolados e olhos pretos (que mais parecem vazios do que coloridos) me encara, um lápis em uma das mãos e uma espada na outra. De repente, ele solta uma risada histérica e os produtos do cabelo derretem. Reconheço-o como o guitarrista daquela velha banda que me agradava; não lembro seu nome. Ele me oferece os dois objetos - recolho ambos. Seu olhar está fixado em mim; não, espere. Atrás de mim. Viro-me e encaro o meu próprio reflexo num espelho solitário (juro que não estava ali antes). Meu reflexo move-se e eu não.
A mão esquerda quebra o lápis. A mão direita leva lentamente a ponta da espada aos lábios. Abaixo os olhos para o meu corpo real - pelo menos acredito ser real - e minhas mãos permanecem imóveis. Volto para o espelho. A espada agora desliza pela minha garganta e sinto a dor da lâmina, cruel, ríspida e sem misericórdia.
Eu estou sangrando.
E o meu reflexo sorri - cínico -, "aqui está sua garganta de volta. Obrigada pelo empréstimo."
da lista de sonhos sobre os quais eu provavelmente não deveria escrever.
segunda-feira, 9 de junho de 2014
Sobre a greve dos metroviários e a chama de uma ideia
Na verdade, nem tudo foi tão indiferente assim e eu passei pelo maior incômodo ao ouvir que "o direito da greve foi suspenso". Fácil, não é? Conveniente. Difícil mesmo é entender que a suspensão de um direito a qualquer momento que o governo achar conveniente é o mesmo que opressão.
Inclusive, vi muitas sombras e clarezas da opressão ultimamente. A violência da polícia frente aos manifestantes que só exerciam o seu direito, as prisões da manifestantes, a importação de tanques que lançam jatos de água e comentários políticos aos quais deve-se prestar atenção ao que não é dito. Justamente no ano em que completam-se 50 anos do Golpe Militar de 1964, são tantas essas marcas da repressão...
É tudo simples se você parar para pensar. Você pode protestar - desde que não atrapalhe o bom andamento de tudo. Você tem o direito de entrar em greve - até um tribunal achar conveniente criminalizar a sua causa. Você pode desejar um salário mais alto, de acordo com as suas tarefas e suficiente para viver nesse mundo onde tudo o que importa são os número, mas... vamos ser realistas? Faz parte do jeitinho brasileiro se conformar e "se virar" com o que nos é dado. E o governo sabe muito, muito bem disso.
Tenho consciência de que não posso dissertar de acordo com a greve dos metroviários porque não vivo a sua realidade, mas sei bem como é o desejo de lutar pelo que acredito estar certo e ser reprimida de tantas formas que poderia escrever um livro. Acho que isso não vale nada (mas, na verdade, se fizessem como eu, valeria de muito), mas declaro o meu apoio total à greve dos metroviários e de qualquer outro sindicato que esteja cansado de aguentar tudo calado. Que o Brasil faça o barulho digno da torcida das arquibancadas e mude o significado do jeitinho brasileiro. A minha sugestão? Que o jeitinho brasileiro seja a forma como nos mantemos em pé até mesmo diante da Tropa de Choque, uma vez que você pode machucar o homem, mas não pode nunca, jamais, por mais que se tente, matar uma ideia.
domingo, 25 de maio de 2014
Feminismo: essa ideia louca de achar que mulher é gente
Machistas não passariam, mas as mulheres (que não são putas, nem santas) sim. Não sei o número exato de adolescentes, adultas, idosas e até crianças que caminhavam pela Avenida Paulista e a Rua Augusta gritando por seus direitos: o respeito, a liberdade sexual, o fim da opressão e controle sob o próprio corpo. Nos cartazes, mensagens como "Assobio não é elogio" e "Feminismo: essa ideia louca de achar que mulher é gente" tinham o objetivo de chocar e conscientizar. Afinal, era grande a quantidade de homens que saíam dos bares e comércios da Augusta para observar e, muitas vezes, comentar sobre os "peitos de fora das feministas".
Esse último, na verdade, foi o que mais me chamou atenção por toda a Marcha. O motivo é simples: há algumas décadas, o pensamento de que uma mulher seria gente assim como um homem seria irracional. Só seria algo pensado por uma mulher e este pensamento, por sua vez, seria calado por medo da sociedade patriarcal. O tema adotado pela Marcha (Quem Cala Não Consente) era extremamente presencial dentro de casa, uma vez que o dever da mulher era procriar e dar ao patriarca os filhos varões que seriam seus herdeiros.
Será que o papel e a imagem da mulher mudaram tanto assim desde então? Claro que as vitórias não podem ser ignoradas. A mulher está inserida no mercado de trabalho (muitas vezes com salários mais baixos do que os homens). A mulher pode ser mãe solteira (e será considerada puta, vadia). As mulheres são encontradas nos bares (apesar do fato de que mulher bebendo cerveja é feio). A mulher não é mais obrigada a cobrir todo o corpo (mas ela precisa entender que shorts, saia e vestidos curtos são pedidos de estupro).
No dia seguinte, li uma notícia sobre uma mulher que foi assassinada por... ser mulher. O assassino declarou que as mulheres devem ser tratadas dessa forma porque são elas as culpadas por acharem que são superiores aos homens. Não faz sentido a mulher deter o poder sobre quem vai transar e quem não vai. Os homens devem fazer essa escolha por elas, a fim deixar de criar os filhos que nascem da relação entre a mulher e o parceiro não ideal escolhido por ela. Os homens devem escolher as suas parceiras de acordo com os seus interesses quanto ao futuro de toda a geração. A mulher deve calar, sem consentir.
É patético (não existe outra palavra), portanto, pensar que o feminismo é uma causa desnecessária. Quantas vezes ouvimos que a mulher não precisa mais lutar pelos seus direitos por já tê-los conquistado - esquecendo dos parênteses que seguem todas as conquistas - e deveria defender outras causas? Quantas vezes já fomos reprimidas sexualmente - muitas vezes por outras mulheres, por pessoas da sua família - por desejar a liberdade de escolher parceirxs de acordo com nossa preferência e opção sexual? E depois de exercer essa liberdade, quantas vezes nos sentimentos culpadas por essa escolha não corresponder aos padrões das pessoas com as quais temos contato?
Por isso, a nossa luta é todo dia. Parece radical, parece utópico - mas penso que a luta deve continuar até que o termo feminismo não seja mais necessário. A luta deve seguir enquanto o machismo, racismo, homolesbotransfobia, o feminismo transfóbico e a opressão existirem, enquanto mulheres sejam assassinadas, linchadas, espancadas, julgadas e estupradas por exercerem atividades que são do seu direito. Até o dia no qual não precisaremos provar que somos gente como toda a gente.
terça-feira, 5 de novembro de 2013
Direto e niilista... mas dessa vez é pessoal
Todos os dias eu desço as escadas da estação Brigadeiro sabendo que sou Evey ou Alice e seus pensamentos. Ali atrás não há sinal de estrelas. Isso vale uma metáfora pobre quando se pensa que cada estrela apagada foi uma promessa quebrada, uma ponte desmoronada e uma palavra riscada. Vai me chamar de descrente, niilista - mas o tempo me fez assim. Pessoas e experiências me distanciam da fé de que existe um propósito nisso tudo. Cada cigarro apagado na rua é símbolo de uma tentativa desesperada de se segurar em qualquer coisa palpável nessa São Paulo abstrata.
Talvez seja o 5 de novembro. Talvez seja a coragem desvalorizada e não respondida. Talvez seja O Caçador de Pipas. No fim do dia, a chuva é o que resta de cada minuto que poderia ser apagado. Qualquer coisa para esquecer todas as coisas.
domingo, 20 de outubro de 2013
Um monólogo sincero
Tenho escrito muito sobre 2012 x 2013, inocência x malícia, infância x adolescência, mas de verdade, eu sempre soube que esse seria o meu caminho. Sempre tive aquele pé depois das 10h da noite e a velha mania de gentileza durante o dia e aquela coisa de "miss nothing" quando a noite chega. Nada mudou.
Também tenho escrito muito sobre chapéus e desconhecidos, mas alguns dias são inesquecíveis, sabe. A primeira noite, a troca de Hitchcock por um batom cor-de-rosa e a noite do cinema. E por mais que eu tenha encontrado aquele Julian Casablancas e disfarçado com outras palavras o que eu queria verdadeiramente dizer para você, bem... Nada mudou.
Hoje é dia de Whitesnake. Dia de "Hanging on the promises and songs of yesterday and I've made up my mind, I ain't wasting no more time" e "I knew your name was trouble but my heart got in the way". Principalmente essa história de saber que você seria um problema e não ter medo logo no começo. Agora eu tenho. E essa é a segunda maior verdade que eu posso dizer. Nada mudou. E eu tenho medo de você.
quinta-feira, 26 de setembro de 2013
Você já foi no Hangar 110?
Título alternativo: o ministério das palavras não-ditas adverte que bronquite pode causar desavenças e visita ao tribunal dos artistas e corações sangrentos.
O sonho da Paulista já é tão ano passado. Ninguém me disse que a vida universitária era a porta de entrada para a vida adulta, o trabalho, a falta de tempo e a hipocrisia. Não estou reclamando, eu gosto disso. O que não apetece é a consequência de tudo isso e a falta de coragem de levantar pelo que eu acredito estar certo. Se eu puder te dar um conselho, ele é: orgulho às vezes é humilhação. Evitar conflitos maiores pode resultar em você sendo descartada e nem sempre vale a pena deixar os bens da maioria superarem o bem de um. Alguém me ensina a deixar de acreditar que meu pensamento é pequeno demais diante do resto do mundo?
O que vale é que minha consciência está limpa. E meu boletim também.
domingo, 25 de agosto de 2013
Abre os olhos e descobre o que significa Comfortably Numb
Essa conversa de sentir falta do que costumava ser já ficou tão velha quanto a avenida que costumava chamar de refúgio. Depois de oito meses diretos, essa Paulista virou desgastada. Tá na hora de mudar o discurso, né?
Hoje passeio pelo meu quarto. Muita coisa acontece de um canto ao outro quando sua própria alma se tornou maçante demais; insuportável demais. Percebi que a "antiga eu" nunca deu muito certo. E então decidi que era nova demais pra me preocupar com política; que Pink Floyd traz pensamentos de crise de meia-idade; George Orwell talvez nunca aprendeu a se divertir. Eu me diverti. Céus, como me diverti. Fingi que corpo e mente tinham dezoito anos, mas quem disse que eu gosto de ser adolescente?
Existem dois pólos distantes na minha parede. No primeiro, letras de músicas das minhas bandas preferidas julgam e traduzem o que sempre fui. O segundo parece não se importar; somos humanos ou dançarinos? E The Who grita "you stop dancing!"
Gosto do que fui e do que sou agora. Gosto do meu gosto musical amplo - você sabe, apreciar uma música que te faz arrepiar, mas também dançar sem compromisso ao som de uma canção que não me faça pensar. O problema está naquela crônica sobre o chapéu coco e brincar com as pessoas (entendi minha obsessão por chapéus...) - não foi tão interessante quando deixei que brincassem comigo.
Confortavelmente entorpecida significa encontrar a pessoa que parece perfeita para você e perceber que deixei de ser essencialmente o ideal para ela. Perdi a coragem de despir sentimentos e a ousadia de jogar com as palavras por puro medo de descobrir o que encontraria. Chegou a hora de enfrentar o compromisso: não mais acreditar que sentimentos alheios não importam e que sou jovem e inocente demais para me preocupar com problemas maiores que eu.
Vamos falar sobre equilíbrio?
quarta-feira, 21 de agosto de 2013
Mother, should I (re)build the wall?
Zona de conforto. Não entendo toda essa algazarra em torno do conceito. O que existe de tão errado em respeitar os limites que você mesmo cria? Sua zona de conforto é, afinal, sua zona de segurança, seu escudo contra qualquer coisa que possa machucar. E por que infernos você iria querer se machucar?
Sair da zona de conforto é desconfortável, constrangedor, perigoso e arriscado. Vou fazer melhot reconstruindo aquele muro de tijolos brancos e canções codificadas.
domingo, 11 de agosto de 2013
Closer to the edge...
Se hoje fosse há um ano, eu estaria entre as paredes de uma biblioteca com o rosto enterrado nas páginas de um livro que fizesse vista grossa ao mundo onde vivo. Hoje, em 2013, o ceticismo e niilismo são deixados para trás escada acima e noite adentro.
Se nesse mesmo dia há um ano eu viesse a conhecer alguém que falasse e agisse como eu, a tendência seria que minha mente recitasse esporadicamente Young Lust ou qualquer outra melodia que condenasse e traduzisse a incapacidade de compreender um universo onde uma noite perfeitamente adequada para um romance noir fosse gasta na iluminação fraca de luzes piscantes.
Hoje eu decidi viver como dois mil e doze; aquecida, confortável, descansada. Um copo de café na mão e aquele velho filme da Audrey Hepburn que me ensinou que não pertencemos a ninguém e o que são os dias vermelhos. Me perguntei qual seria o meu caminho até um lugar como a Tiffany's. Você sabe, que seja como um lar e me deixe ser dona das coisas.
Como 2013 foi dono do meu ser; Julho chegou e se foi para me ensinar que deixar as coisas fluírem nem sempre é a melhor opção. Dormir é bom e acordar pode ser melhor ainda. A resposta é o equilíbrio. Que Julho seja o equilíbrio entre os anos passados, que virão e um gato com um nome.
domingo, 30 de junho de 2013
Mona Lisas e Chapeleiros Malucos
Se lembra do chapéu coco, meu amor? Ouvi dizer que o chapeleiro perdeu um parafuso; agora ele quer descobrir a semelhança entre um corvo e uma escrivaninha. Mal sabe ele que Stephen King é passado. Stephen King, certo?
Mas na verdade quero dizer que encontrei o filho do banqueiro hoje. Também perdeu um parafuso, esse aí. Se afogou no seu mundinho de contas e papéis. Verdes, na maioria das vezes. Ele se esqueceu de olhar para o céu, querido. Agora mal sabe se é dia ou noite. Desde que suas contas estejam certas.
E eu? Tenho esse sorriso que tenta ser de Mona Lisa mas está mais pra crocodilo. Crocodilo quer dizer malícia, quer dizer carícia, quer dizer astúcia e diz mais ignorância. Ignorante por ser Mona Lisa. Eternamente condenada a sorrir enigmamente para estranhos e mentir seu nome quando cai a noite. Em vez de Penny, seria Mona Lisa.
Você sabe qual é a semelhança entre um corvo e uma escrivaninha?
domingo, 2 de junho de 2013
Tem gente que não ouve Outside The Wall
Sabina
Hoje a noite pertence a Leminski
e a certeza de que um dia tudo será poesia
escondida em palavras meticulosas
e frases em frações de segundo.
Um segundo é o que preciso.
Maldita leveza;
maldita leveza insustentável
e maldita sustentabilidade.
2am, who do you love?
Parece que foi ontem que atravessou aquela Avenida Paulista com um copo de café na mão e o livro de Drummond nas mãos. Parece que foi ontem, mas a poesia sumiu da sua alma há alguns meses já. Tantas são as hipóteses. A poesia a deixou quando seu tempo foi ocupado, ou talvez quando ela o conheceu naquela noite onde conheceu a todos, talvez ainda quando ela escolheu a noite ao livro de Drummond.
É tempo de homens partidos. Bella Donna sabe muito bem disso. Homens partidos geram corações partidos, mas isso é o que chamam de crescer. Bella Donna não tem mais dezesseis ou dezessete anos (não que algum dia tivesse a sua idade verdadeira). Ela não é nenhuma rosa inglesa, sabe? Bella Donna pensa que é forte, mas são duas horas da manhã e ela se pergunta quem ama. Quem ele ama. Quem a ama.
Bella Donna já deveria ter aprendido que essa coisa de amor é perda de tempo. Bella Donna deveria se preocupar com a música sobre a Irlandesa há muito partida.
sábado, 27 de abril de 2013
Eu desejaria uma estrela, mas essa estrela não brilha
E não existe um lado escuro da Lua. Na verdade, é tudo escuro.
sábado, 13 de abril de 2013
Boa noite, Charlotte
Revirou-se na cama, à procura dos lençóis que se perderam em algum ponto do dia, tarde ou noite. Charlotte encontrava-se vazia, perdida no próprio quarto que de súbito parecia grande demais para confortá-la. Sabia bem onde queria estar. Porém, aprendera por toda a sua vida que o querer é tão, tão diferente do poder. E justo na noite anterior o querer sem poder fizera com que fosse obrigada a aguentar esse silêncio tão ensurdecedor em sua própria casa.
Não achei que te encontraria em mim mais uma vez, Charlotte. Sabemos o que temos que fazer agora, não é? Primeiro pegaremos aquele 1984 e rasgaremos suas páginas em protesto ao Grande Irmão. Depois colocaremos as palavras da nossa pequena Alice em nossos lábios e faremos delas os nossos mantras. Então será a hora de cantar "if I go insane please don't put your wires in my brain" e torcer para que alguém nos ouça e atenda ao pedido. Abaixaremos os olhos para as cenas românticas na televisão e arrancaremos penas das minhas asas para continuar enchendo essas páginas de metáforas roubadas. Porque você sempre foi parte de mim e eu torço para que me deixe.
domingo, 17 de março de 2013
Da falta de coragem.
I can barely define the shape of this moment in time
quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
Assinado: miss nothing
Não me diga que não gosta dessa sensação de me ter em você.
Não me diga que não gosta do escuro.
Do desconhecido.
De ser um desastre belamente depressivo.
E você, que sempre me chamou de alter-ego. Alter-ego é desculpa para personalidade que tem medo de assumir. Sempre foi o seu medo, certo? Todos os dias, todos os anos, você foi a cara do medo. Respire agora, querida. Como é bom estourar o tourniquet, gritar para e aos céus, estar mais alta que as montanhas e mais baixo do que os vales. Eu te fiz assim. Eu te dei a coragem de ser quem sempre foi e temeu ser, ainda que o ser seja nulo. Você não é nada. O mundo é nada. E não existe nada mais maravilhoso do que o nada.
Bem-vinda, minha criança, ao planeta boom.
misturar mötley crüe com milan kundera com the pretty reckless com crise de identidade com sempre-fui-miss-nothing