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quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Sobre Dire Straits e redescobrir a paixão pela música

paixão
1.Sentimento tão forte quanto o amor, mas efêmero, provocador, impulsivo, desesperado, inquieto. 

Há alguns anos, eu era extremamente ávida pela escrita. Uma busca rápida pelos arquivos deste blog mostra que há 2 ou três anos não havia dia que se passasse sem algum conto, reflexão, história ou só palavras jogadas fora. Escrevia pelo prazer de escrever, pelo corte que arrancaria o tourniquette que eu nem ao menos sabia que estava lá, mas ao ser arrebentado me permitia respirar. Aí, bom, chegou a vida adulta (de verdade).
As preocupações com dinheiro, emprego, faculdade me fizeram cair naquele clichê que eu tanto criticava: as pessoas que não têm tempo para si. Eu passei a dizer a mim mesma que não tinha tempo para escrever, para ouvir um Animals da vida com a mesma dedicação de antes, para reler 1984 pela trigésima vez e descobrir algo novo sobre a obra. Eu me afastei de todas as coisas que me moldaram e, bem, eu estava ok com isso.
Até que há algumas semanas, eu ouvi o Communiquè. Aquele álbum do Dire Straits que me fez escolher o Jornalismo como profissão. E esse álbum me encheu de uma nostalgia que só o timbre do Mark Knopfler podia provocar em mim. Essa voz grossa, rouca, a melodia que praticamente dança como as palavras de Cortázar, os personagens tão diferentes e iguais em essência e que me transportaram diretamente para a primeira vez que ouvi os acordes iniciais de Once Upon a Time in the West.
Cara, que paixão eu tenho por esse álbum. Paixão porque é mais do que amor, é um desejo impulsivo e desesperado de fazer parte da música (and the music make her wanna be the story and the story was whatever was the song, what it was). Comecei a refletir sobre a música, como há muito não fazia, e perceber que eu mordia os lábios para não sorrir ao cantar News. Que meu corpo gelava com determinadas notas e variações de tom em Single-Handed Sailor. Que era impossível não dançar ao som de Lady Writer. Foi aí que eu redescobri minha paixão por tudo. Pelos livros, pela música, por mim.
Parece estúpido dizer que um simples álbum pode mudar tanta coisa na sua semana, mas música nunca foi algo que poderia ser descrito com a palavra “simples” para mim. Um trecho de Radio Gaga, do Queen, diz que “everything I had to know I heard it on my radio” e é exatamente assim que me sinto – todas as lições valiosas, realmente valiosas, foram aprendidas com a música.
Este é, portanto, mais um dos meus velhos textos de agradecimento. À Mark Knopfler e sua banda por produzirem música tão boa, tão ridiculamente boa que é capaz de alterar percepções e fazer de mim uma pessoa melhor. Obrigada por me lembrar de por que eu digo gosto de música, e não apenas ouço. Obrigada por... bom, existirem.

E fica aqui a minha promessa de um segundo encontro com as palavras.


She gets rock and roll and a rock and roll station and a rock and roll dream

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Epifania, choque de realidade, abrir os olhos... chama do que quiser

Tenho andado distraída, virando os olhos sempre que algum questionamento mais importante do que "qual a próxima música que eu vou ouvir?" surgia na minha mente. O problema é que quando você se afasta de todos os seus amigos, termina um namoro e perde o emprego você tem tempo pra pensar. Muito tempo. E quem lê esse blog sabe que pensar é bem perigoso pra mim.
Eu também tenho mentido pra mim mesma com uma frequência de tempo assustadora. Sabe, eu vou parar quando chegar onde eu quero. Eu não me sinto sozinha. Eu não preciso dessa pessoa. Eu vou ficar bem se meus amigos nunca mais falarem comigo. Eu estou bem. Eu vou parar quando chegar onde eu quero. Eu consigo parar. Eu não tenho um problema. Eu tô bem, eu tô bem, eu tô bem, eu não sou como as outras pessoas.
Mas eu sou. Igualzinha e sem mudar nada. Eu perdi o controle de tudo quando achei que estava recuperando. Eu abandonei todo o progresso que fiz nos últimos meses (ou anos) e voltei a ser aquela Beatriz insegura, sem confiança alguma e que precisa de estranhos para se auto-afirmar. Sabe, se ele quis ficar comigo é porque eu não estou tão mal assim. Se acaso me quiseres, sou dessas mulheres que só dizem sim por uma coisa à toa, uma noitada boa, um cinema, um botequim. Sou dessas mulheres que só dizem sim porque não existe a opção contrária, ao menos eu não acredito que exista.
Hoje eu tirei a noite para pensar naquelas afirmações de que todos precisamos de alguém que nos faça sentir necessários. E eu pensei em como eu desejo isso, mais do que o ar, mais do que essa obsessão louca que me faz sentir necessária para mim mesma. E veja bem, eu não falo especificamente desse amor tão puro cujo boato rola por aí e eu nunca conheci. Eu gostaria de me sentir necessária e essencial para alguém. Qualquer um. Alguém que dissesse "a minha vida não seria a mesma sem você" e que não o fizesse porque é frase padrão em conversas mimimi que rolam em momentos falsamente espontâneos. Porque esse é exatamente o meu problema. Todos são necessários para mim. Seja a amizade construída ao longo de anos ou o cara aleatório que eu conheci na noite passada, cada pessoa que já passou pela minha vida se tornou essencial de uma forma que só eu poderia construir. E as pessoas nunca ficam, sabe? Em algum ponto você precisa deixá-las ir e... eu nunca aprendi a fazer isso.
Eu sei que o conceito de que alguém vai chegar e te salvar de você mesma é totalmente ilusório. Mas também não consigo não acreditar que o sentimento de nunca ser boa o suficiente não é fruto dessa confiança que eu deposito tanto nas pessoas e nunca recebo de volta. Se posso tirar alguns segundos da sua atenção para ser 100% sincera, vou te falar que é uma droga ser aquela que elabora surpresas, presentinhos feitos, cartas espontâneas e nunca receba nada. Não que eu faço algo esperando ser retribuída, mas seria interessante ver como é isso ao menos uma vez.
Como eu disse no começo, eu fechei os meus olhos para tudo isso. Eu me afoguei em álcool e outros escapismos que me matam ao mesmo tempo que me mantém sã. Esse texto foi, de certa forma, uma epifania e um abrir de olhos para mim. Mas tenha a certeza de que no momento em que apertar o publicar eles serão fechados mais uma vez.
Porque eu vou parar quando chegar onde eu quero. Eu tô bem. Eu não preciso das pessoas. Eu não me sinto sozinha. Eu não preciso dessa pessoa. Eu vou ficar bem se meus amigos nunca mais falarem comigo. Eu estou bem. Eu vou parar quando chegar onde eu quero. Eu consigo parar. Eu não tenho um problema. Eu tô bem, eu tô bem, eu tô bem, eu não sou como as outras pessoas.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Que tudo mais vá pro inferno, meu bem.

"As gotas da chuva eram agora pesadas e não havia muito o que se enxergar, e ela correu. Correu para onde ele estivera. E tudo o que encontrou foi o portão de casa." - 21 de setembro de 2012.

It's raining again - oh no! my heart's at an end
Oh no, it's raining again
and you know it's hard to pretend
It's raining again! Too bad I'm losing a friend
Oh no, it's raining again
oh will my heart ever mend?

Eu tenho essa tendência, veja bem. O Dark Side of The Moon me ensinou há algum tempo que tudo abaixo do Sol está em sintonia perfeita (ainda que algumas vezes o Sol seja eclipsado pela Lua). A questão é que eu acredito que a música nos meus fones de ouvido, a marcação no relógio e o clima lá fora estão em sintonia com o que acontece onde ninguém pode ver ou tocar - apesar de confessar que muitas vezes sou eu quem prova essa falsa sintonia. 
Eu nunca soube lidar comigo mesma. Se você já assistiu Vicky Cristina Barcelona (cara, inclusive eu devia ter interpretado a quantidade de vezes que eu assisti esse filme no fim de semana como um prelúdio do que estava para acontecer) você se lembra da frase: 


E o meu problema é o contrário. Eu sei o que eu quero, as coisas boas e as coisas ruins. Mas de vez em quando vem alguém que surpreende e te dá exatamente aquilo que você não sabia que queria. Aliás, você realmente não queria. Você precisava. E bem, obviamente vai doer quando esse brinquedo novo e brilhante for tirado de você, mas acredito que eu já vivi o suficiente para saber que no fim do dia é só você. Ninguém é salvo e não existe essa de "um dia vai chegar alguém que vai abalar o mundo o suficiente para que grandes mudanças aconteçam e, enfim, fique tudo bem". Sabe, na verdade vai ficar tudo bem quando você se deixar ficar bem. É pensamento niilista, eu sei disso - mas a partir do momento em que você aceita ser a única pessoa capaz de promover mudanças reais em você mesma, capaz de te salvar e te amaldiçoar ao mesmo tempo, bem... não fica menos doloroso, mas é mais fácil de aceitar.
No final do dia, sou eu. As pessoas vão embora e elas vão continuar indo embora e eu posso afirmar quase com cem por cento de certeza de que o meu maior defeito é depositar todas as minhas esperanças neles, nos outros, em quem se aproxima demais. Eu já escrevi antes sobre não ser eu mesma, e sim pequenos fragmentos do que as pessoas querem e esperam de mim para que eu possa fazer bem para elas. Elas, nunca eu. Talvez um tempo para mim seja o que eu preciso. Algum tempo para tomar canções emprestadas para as artes da semana, reencontrar os livros, as palavras, os acordes, as teclas do piano e construir mais uma vez aquele muro que é tanto maldição como salvação. A zona de conforto nem sempre é uma coisa ruim, sabe? A minha zona de conforto me manteve sã por muito tempo e eu sei que ela vai fazer o mesmo mais uma vez - com a ajuda do tempo (só o tempo cura cicatrizes e faz o Sol aparecer de novo, né Hodgson?). 
A chuva cai lá fora e o timbre do Caetano se derrama nos meus fones de ouvido. A certeza que isso me dá no momento é de que dói. Dói mais do que eu poderia me dar ao luxo de sentir com todas as coisas consideradas. Mas eu preciso ser mais importante no momento. Eu preciso do meu muro e me afastar das pessoas e gastar todo o meu tempo comigo, comigo e comigo. Não sei se isso significa que a minha fé nas pessoas está abalada, mas acredito que não. Eu amo as pessoas e acho elas incríveis, porém manter uma distância segura é instinto de preservação, sabe? E como eu disse, eu não posso me dar ao luxo de sentir mais do que existe para sentir agora. 
Que fique claro que isso não significa que eu vou abandonar as pessoas - como eu já disse, eu as amo demais para deixar isso acontecer. Mas eu preciso que as minhas emoções e sentimentos sejam direcionados à mim e a ninguém mais, como era antes de tudo acontecer. Talvez eu me surpreenda de novo, talvez me seja entregue algo que eu não sabia que precisava. Mas por ora, eu preciso ser o meu soma e deixar de acreditar que preciso de alguém para me apoiar. E que tudo mais vá pro inferno, meu bem. 

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Monólogo (des)sincero

Faz um tempinho que eu não escrevo. Eu costumava chamar meses como esses de bloqueio artístico, mas acho que vale falar que o motivo pelo qual eu me afastei dos cadernos foram o medo de ser sincera comigo mesma. Cara, a honestidade é tão mais difícil do que a mentira. Quando você mente, você diz o que gostaria que fosse a sua realidade. Mas falar a verdade é aquele famoso tapa na cara que pessoas como George Orwell e Roger Waters gostam tanto de dar; é abrir os olhos, é epifania, é doloroso.
Tá, Bia, você falou e falou sobre contar a verdade, mas ainda não disse o que é essa oh-tão-assustadora honestidade. É aí que reside o problema, meu amado leitor inexistente: algumas verdades simplesmente não podem ser ditas. Se pudéssemos voltar no tempo e marcar o momento exato em que a palavra segredo foi inventada, eu diria que provavelmente seria porque alguém sentiu que algo não poderia ser revelado não para o seu próprio benefício, mas para o das outras pessoas. É claro que muitas das coisas que guardamos são mantidas em silêncio por medo de nos machucarmos em situações x ou y, mas acredito veemente que a maioria dos segredos afetariam mais os "aqueles que amamos" do que a nós mesmos.
Só que o grande problema de guardar essas coisas é que elas vão nos consumindo, sabe? Você não quer machucar os outros, mas machuca a si. E em uma das conversas honestas sem medo de ser julgada que eu tive nessa semana eu cheguei a comentar que às vezes achava que as pessoas simplesmente fechavam os olhos, uma vez que algumas coisas parecem tão escancaradas que é quase impossível de acreditar que a galera ao seu redor não sabe o que tá acontecendo. Mas não sei se é exatamente o caso. (na verdade, se posso abrir aqui um parênteses, gostaria de dizer que fechar os olhos para problemas alheios é fácil, fácil demais, tão fácil que já o fiz várias vezes. soluciona bastante coisa, mas dói) Às vezes as pessoas são realmente boas em esconder as coisas. Algumas coisas simplesmente não podem ser ditas e, por isso, não serão.
Mas eles aparecem. Esses segredos que não são descobertos te perseguem e te fazem correr em direções que você nunca seguiu antes e viram o centro do seu mundo de forma irreparável. De repente, eles são tudo o que você consegue pensar. Eles se tornam mais importantes do que os "aqueles que amamos" e viram o motivo para tudo o que acontece contigo, seja isso bom ou ruim. É obsessivo, um vício impregnado mais do que as marcas de nicotina nas pontas do dedo porque esse é um vício mental. Eu sempre digo que a saúde mental é mais importante do que a saúde física e o motivo é EXATAMENTE esse: os vícios físicos podem ser abandonados, ainda que com uma dificuldade tão absurda que a desistência é a maçã proibida no jardim do Éden. Os vícios mentais também podem ser abandonados. Em teoria.
Na prática, sempre tem aquela vozinha nas vértices mais escondidas da sua mente. Essas são as palavras que só você ouve e que te fazem questionar se elas são você ou se a sua sanidade está comprometida a tal ponto de que você não é o único a habitar os seus pensamentos. E é essa voz que é segredo tão comprometedor para outras pessoas (e não para si) que simplesmente não pode ser verbalizada ou explicada de formas humanamente descobertas.
Eu prometo que quando comecei a escrever esse texto a minha intenção era ser honesta sobre alguns aspectos da minha vida nas últimas horas, dias e semanas. Porém, no meio do caminho eu percebi que todas essas partes são como círculos conjuntos que se encontram em um único ponto interseccional que é exatamente isso que tanto amo esconder e, ao mesmo tempo, me mata. Quod me nutrit me destruit. Acho que a Angelina Jolie não tinha noção da complexidade dessa frase quando decidiu marcá-la para sempre na pele.
Bom, acho que na verdade meu objetivo é... pedir desculpas. Por tudo o que aconteceu e por tudo o que vai acontecer. Em um texto escrito há muitos anos eu disse que as pessoas esperavam demais de mim quando deveriam esperar de menos; still true. Acho que no fim do dia essa foi a melhor escolha. Mas como outras coisas que eu enumerei nesse texto, isso dói. Ficar sozinha dói. Mas ter a consciência de que você é uma granada prestes a explodir a qualquer e ferir todos "aqueles que amamos" dói mais do que aguentar todo o peso desses componentes explosivos. Acho que eu já tô balbuciando demais. All things must pass.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Drink to me; drink to my healt; you know I can't drink anymore

Eu estou no topo do mundo.
Talvez não do mundo, mas acima de todos os arranha-céus que há muito decoram a selva de pedra que apelidamos de São Paulo. E, aqui em cima, tudo parece como realmente é: desprezível, pequeno, destrutível, de papel.
Percebo que não estou sozinha. Um homem de cabelos encaracolados e olhos pretos (que mais parecem vazios do que coloridos) me encara, um lápis em uma das mãos e uma espada na outra. De repente, ele solta uma risada histérica e os produtos do cabelo derretem. Reconheço-o como o guitarrista daquela velha banda que me agradava; não lembro seu nome. Ele me oferece os dois objetos - recolho ambos. Seu olhar está fixado em mim; não, espere. Atrás de mim. Viro-me e encaro o meu próprio reflexo num espelho solitário (juro que não estava ali antes). Meu reflexo move-se e eu não.
A mão esquerda quebra o lápis. A mão direita leva lentamente a ponta da espada aos lábios. Abaixo os olhos para o meu corpo real - pelo menos acredito ser real - e minhas mãos permanecem imóveis. Volto para o espelho. A espada agora desliza pela minha garganta e sinto a dor da lâmina, cruel, ríspida e sem misericórdia.
Eu estou sangrando.
E o meu reflexo sorri - cínico -, "aqui está sua garganta de volta. Obrigada pelo empréstimo."
da lista de sonhos sobre os quais eu provavelmente não deveria escrever. 

terça-feira, 23 de setembro de 2014

A inevitável confusão dxs bissexuais

Hoje (23) é comemorado o Dia da Celebração Bissexual, que também pode ser entendido como dia da visibilidade bi. Nada mais justo que separemos essa data para falar sobre um fato inevitável na vida de todx e qualquer bissexual: nós estamos, SIM, confusos.

Estamos confusos com a sua confusão e a sua necessidade de nos jogar perguntas como "mas você prefere homens ou mulheres?". Pior ainda: se estamos em um relacionamento com alguém, puf. Como um passe de mágica, não somos mais bissexuais. Hm, isso é bem confuso.

Acredito que me precipitei ao usar a expressão "pior ainda" porque, acreditem, existe algo pior ainda. Algo que nos deixa mais confusos do que a sua própria confusão. E esse algo é o seu ceticismo quando você nos fala que "bissexuais não existem".

É verdade, nós não existimos. Na verdade, somos todos unicórnios pintados de rosa, roxo e azul que caminham (ou trotam?) pela cidade atirando um pó mágico em garotos e garotas para que eles se sintam atraídos por nós. Ah, e eu esqueci de mencionar que nós vivemos em uma dimensão paralela e só podemos aparecer no dia 23 de setembro.

Por isso, bissexuais estão confusos o tempo todo. Confusos com o seu preconceito, com a sua mente fechada e com a sua bifobia. A sua falta de confiança em nós, o que, aliás, eu nunca entendi muito bem. Afinal, como você consegue confiar na sua namorada quando ela se sente atraída por outros homens e vice-versa? Eu, particularmente, estou confusa com toda essa confusão.

NÓS ESTAMOS AQUI. Nós temos o nosso lugarzinho na sigla LGBT e não vamos a lugar algum. E quer uma dica? Aceitar isso é fácil, lógico e tem a sua parcela de diversão. ;)


domingo, 25 de maio de 2014

Feminismo: essa ideia louca de achar que mulher é gente

São Paulo, 24 de maio de 2014 - "Machistas, machistas, não passarão!" Uma multidão de aproximadamente 100 mulheres encurralou um homem que fez um comentário contra as militantes que acompanhavam a Marcha das Vadias. Sem qualquer indício de violência, percebia-se nos olhos daquele homem que ele nunca imaginou ser assustado por mulheres que gritavam contra o machismo, conceito com o qual ele provavelmente conviveu de acordo por toda a sua vida.
Machistas não passariam, mas as mulheres (que não são putas, nem santas) sim. Não sei o número exato de adolescentes, adultas, idosas e até crianças que caminhavam pela Avenida Paulista e a Rua Augusta gritando por seus direitos: o respeito, a liberdade sexual, o fim da opressão e controle sob o próprio corpo. Nos cartazes, mensagens como "Assobio não é elogio" e "Feminismo: essa ideia louca de achar que mulher é gente" tinham o objetivo de chocar e conscientizar. Afinal, era grande a quantidade de homens que saíam dos bares e comércios da Augusta para observar e, muitas vezes, comentar sobre os "peitos de fora das feministas".
Esse último, na verdade, foi o que mais me chamou atenção por toda a Marcha. O motivo é simples: há algumas décadas, o pensamento de que uma mulher seria gente assim como um homem seria irracional. Só seria algo pensado por uma mulher e este pensamento, por sua vez, seria calado por medo da sociedade patriarcal. O tema adotado pela Marcha (Quem Cala Não Consente) era extremamente presencial dentro de casa, uma vez que o dever da mulher era procriar e dar ao patriarca os filhos varões que seriam seus herdeiros.
Será que o papel e a imagem da mulher mudaram tanto assim desde então? Claro que as vitórias não podem ser ignoradas. A mulher está inserida no mercado de trabalho (muitas vezes com salários mais baixos do que os homens). A mulher pode ser mãe solteira (e será considerada puta, vadia). As mulheres são encontradas nos bares (apesar do fato de que mulher bebendo cerveja é feio). A mulher não é mais obrigada a cobrir todo o corpo (mas ela precisa entender que shorts, saia e vestidos curtos são pedidos de estupro).
No dia seguinte, li uma notícia sobre uma mulher que foi assassinada por... ser mulher. O assassino declarou que as mulheres devem ser tratadas dessa forma porque são elas as culpadas por acharem que são superiores aos homens. Não faz sentido a mulher deter o poder sobre quem vai transar e quem não vai. Os homens devem fazer essa escolha por elas, a fim deixar de criar os filhos que nascem da relação entre a mulher e o parceiro não ideal escolhido por ela. Os homens devem escolher as suas parceiras de acordo com os seus interesses quanto ao futuro de toda a geração. A mulher deve calar, sem consentir.
É patético (não existe outra palavra), portanto, pensar que o feminismo é uma causa desnecessária. Quantas vezes ouvimos que a mulher não precisa mais lutar pelos seus direitos por já tê-los conquistado - esquecendo dos parênteses que seguem todas as conquistas - e deveria defender outras causas? Quantas vezes já fomos reprimidas sexualmente - muitas vezes por outras mulheres, por pessoas da sua família - por desejar a liberdade de escolher parceirxs de acordo com nossa preferência e opção sexual? E depois de exercer essa liberdade, quantas vezes nos sentimentos culpadas por essa escolha não corresponder aos padrões das pessoas com as quais temos contato?
Por isso, a nossa luta é todo dia. Parece radical, parece utópico - mas penso que a luta deve continuar até que o termo feminismo não seja mais necessário. A luta deve seguir enquanto o machismo, racismo, homolesbotransfobia, o feminismo transfóbico e a opressão existirem, enquanto mulheres sejam assassinadas, linchadas, espancadas, julgadas e estupradas por exercerem atividades que são do seu direito. Até o dia no qual não precisaremos provar que somos gente como toda a gente.

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

O grande final

 Perceber que hoje é o último dia do ano me fez entrar em desespero por um motivo: eu ainda não tenho um bloco de anotações novo. Por três anos, eu escrevi o primeiro texto logo após a meia-noite - escondida no banheiro, fugindo para o quarto, o importante é que as primeiras palavras do ano foram desenvolvidas com seus primeiros minutos. Dessa vez, como muito foi, será diferente.
 Eu cresci em 2013, não mais do que deveria. Reclamei durante todo o ano sobre ter mudado sem perceber que eu ainda estava aqui, apenas sem saber como me adaptar ao que mudou. Aprendi que você nunca muda completamente; só tem dificuldades de aceitar o novo em conjunto com o velho e eterno.
 Para mim, dois mil e treze significou pessoas, experiências, aventuras, novidades e aprendizado. A Avenida Paulista, a Rua Augusta, a Livraria Cultura, a Vila Olímpia e, principalmente, a Faculdade Cásper Líbero foram palco de um ano que, apesar deste desfecho que não será comentado, superou todas as expectativas. Não sei se muitas pessoas podem dizer isso, mas eu alcancei todas as minhas metas neste ano.
(Disse que não seria comentado, mas às vezes é preciso escrever para deixar passar ou estar (let it be, diz a minha tatuagem. Mesas viram e confiança é uma coisa que pode se perder apesar dos laços de sangue. Eu deixei de confiar em você, herói, mas espero que o novo ano te ensine a ser uma pessoa melhor para mim, ela e quem está por vir. Nós merecemos isso.)
 Sabe o que mais? Eu quero que 2014 seja assim como 2013. Altos e baixos, eu não me arrependo de nada.

Alguns fatos a serem considerados:

- Eu me apaixonei por uma única pessoa o ano inteiro. Não foi a melhor escolha (sempre soube que não seria) e, ainda assim, foi uma das melhores experiências.
- Eu vi alguns dos meus músicos favoritos. Elton John, Whitesnake, Aerosmith e, acima de todos, Ringo Starr. Uma noite na presença de um ex-beatle podem elevar a qualidade do ano em uns 300%; acredite.
- Eu sobrevivi ao primeiro ano na faculdade!
- Eu comecei a exercer atividades jornalísticas; a cobertura de uma prova de relevância nacional, entrevistas com pessoas importantes na área da educação e cobertura de cabines de imprensa (eu vi O Hobbit antes de vocês, há). Obrigada, Universia!
- Meu gosto musical mudou. Aprendi que não tem problema ouvir músicas sem cunho político ou social. Acho que até aprendi a me divertir.
- Conheci pessoas que vão deixar buracos se decidirem partir.
- Vi o mar depois de uns 4 anos. Revigorante.

Feliz ano novo!

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Direto e niilista... mas dessa vez é pessoal

Lembrai, lembrai do 5 de novembro. Lembrai de como Deus está na chuva. Já parou pra pensar que Deus não precisa ser uma divindade nesse contexto? Tudo o que você é pode ser essa chuva fina da Avenida Paulista. Sua ideologia. O homem que te encara e em seguida beija as mãos da namorada em sinal de culpa pelo ato despercebido. A mulher que grita para os manifestantes irem pra casa sem saber que democracia significa o barulho na cidade. A falta de uma resposta e a conversa indesejada.
Todos os dias eu desço as escadas da estação Brigadeiro sabendo que sou Evey ou Alice e seus pensamentos. Ali atrás não há sinal de estrelas. Isso vale uma metáfora pobre quando se pensa que cada estrela apagada foi uma promessa quebrada, uma ponte desmoronada e uma palavra riscada. Vai me chamar de descrente, niilista - mas o tempo me fez assim. Pessoas e experiências me distanciam da fé de que existe um propósito nisso tudo. Cada cigarro apagado na rua é símbolo de uma tentativa desesperada de se segurar em qualquer coisa palpável nessa São Paulo abstrata.
Talvez seja o 5 de novembro. Talvez seja a coragem desvalorizada e não respondida. Talvez seja O Caçador de Pipas. No fim do dia, a chuva é o que resta de cada minuto que poderia ser apagado. Qualquer coisa para esquecer todas as coisas.

domingo, 20 de outubro de 2013

Um monólogo sincero

Às vezes eu sinto vontade disso. De ter uma conversa séria comigo mesma e afastar aquelas metáforas que eu tanto amo e temo. Você sabe, usar palavras simples, sentenças diretas e não camuflar o que é feio e tento tornar bonito. E sabe qual é a coisa mais sincera que eu posso dizer? Nada mudou.
Tenho escrito muito sobre 2012 x 2013, inocência x malícia, infância x adolescência, mas de verdade, eu sempre soube que esse seria o meu caminho. Sempre tive aquele pé depois das 10h da noite e a velha mania de gentileza durante o dia e aquela coisa de "miss nothing" quando a noite chega. Nada mudou.
Também tenho escrito muito sobre chapéus e desconhecidos, mas alguns dias são inesquecíveis, sabe. A primeira noite, a troca de Hitchcock por um batom cor-de-rosa e a noite do cinema. E por mais que eu tenha encontrado aquele Julian Casablancas e disfarçado com outras palavras o que eu queria verdadeiramente dizer para você, bem... Nada mudou.
Hoje é dia de Whitesnake. Dia de "Hanging on the promises and songs of yesterday and I've made up my mind, I ain't wasting no more time" e "I knew your name was trouble but my heart got in the way". Principalmente essa história de saber que você seria um problema e não ter medo logo no começo. Agora eu tenho. E essa é a segunda maior verdade que eu posso dizer. Nada mudou. E eu tenho medo de você.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Você já foi no Hangar 110?

Título alternativo: o ministério das palavras não-ditas adverte que bronquite pode causar desavenças e visita ao tribunal dos artistas e corações sangrentos.

O sonho da Paulista já é tão ano passado. Ninguém me disse que a vida universitária era a porta de entrada para a vida adulta, o trabalho, a falta de tempo e a hipocrisia. Não estou reclamando, eu gosto disso. O que não apetece é a consequência de tudo isso e a falta de coragem de levantar pelo que eu acredito estar certo. Se eu puder te dar um conselho, ele é: orgulho às vezes é humilhação. Evitar conflitos maiores pode resultar em você sendo descartada e nem sempre vale a pena deixar os bens da maioria superarem o bem de um. Alguém me ensina a deixar de acreditar que meu pensamento é pequeno demais diante do resto do mundo?
O que vale é que minha consciência está limpa. E meu boletim também.

domingo, 25 de agosto de 2013

Abre os olhos e descobre o que significa Comfortably Numb

Essa conversa de sentir falta do que costumava ser já ficou tão velha quanto a avenida que costumava chamar de refúgio. Depois de oito meses diretos, essa Paulista virou desgastada. Tá na hora de mudar o discurso, né?
Hoje passeio pelo meu quarto. Muita coisa acontece de um canto ao outro quando sua própria alma se tornou maçante demais; insuportável demais. Percebi que a "antiga eu" nunca deu muito certo. E então decidi que era nova demais pra me preocupar com política; que Pink Floyd traz pensamentos de crise de meia-idade; George Orwell talvez nunca aprendeu a se divertir. Eu me diverti. Céus, como me diverti. Fingi que corpo e mente tinham dezoito anos, mas quem disse que eu gosto de ser adolescente?
Existem dois pólos distantes na minha parede. No primeiro, letras de músicas das minhas bandas preferidas julgam e traduzem o que sempre fui. O segundo parece não se importar; somos humanos ou dançarinos? E The Who grita "you stop dancing!"
Gosto do que fui e do que sou agora. Gosto do meu gosto musical amplo - você sabe, apreciar uma música que te faz arrepiar, mas também dançar sem compromisso ao som de uma canção que não me faça pensar. O problema está naquela crônica sobre o chapéu coco e brincar com as pessoas (entendi minha obsessão por chapéus...) - não foi tão interessante quando deixei que brincassem comigo.
Confortavelmente entorpecida significa encontrar a pessoa que parece perfeita para você e perceber que deixei de ser essencialmente o ideal para ela. Perdi a coragem de despir sentimentos e a ousadia de jogar com as palavras por puro medo de descobrir o que encontraria. Chegou a hora de enfrentar o compromisso: não mais acreditar que sentimentos alheios não importam e que sou jovem e inocente demais para me preocupar com problemas maiores que eu.
Vamos falar sobre equilíbrio?

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Mother, should I (re)build the wall?

Zona de conforto. Não entendo toda essa algazarra em torno do conceito. O que existe de tão errado em respeitar os limites que você mesmo cria? Sua zona de conforto é, afinal, sua zona de segurança, seu escudo contra qualquer coisa que possa machucar. E por que infernos você iria querer se machucar?
Sair da zona de conforto é desconfortável, constrangedor, perigoso e arriscado. Vou fazer melhot reconstruindo aquele muro de tijolos brancos e canções codificadas.

domingo, 11 de agosto de 2013

Closer to the edge...

28.07

I don't remember the moment I tried to forget
I lost myself, is it better not said?
Now I'm closer to the edge...

Se hoje fosse há um ano, eu estaria entre as paredes de uma biblioteca com o rosto enterrado nas páginas de um livro que fizesse vista grossa ao mundo onde vivo. Hoje, em 2013, o ceticismo e niilismo são deixados para trás escada acima e noite adentro.

Se nesse mesmo dia há um ano eu viesse a conhecer alguém que falasse e agisse como eu, a tendência seria que minha mente recitasse esporadicamente Young Lust ou qualquer outra melodia que condenasse e traduzisse a incapacidade de compreender um universo onde uma noite perfeitamente adequada para um romance noir fosse gasta na iluminação fraca de luzes piscantes.

Hoje eu decidi viver como dois mil e doze; aquecida, confortável, descansada. Um copo de café na mão e aquele velho filme da Audrey Hepburn que me ensinou que não pertencemos a ninguém e o que são os dias vermelhos. Me perguntei qual seria o meu caminho até um lugar como a Tiffany's. Você sabe, que seja como um lar e me deixe ser dona das coisas.

Como 2013 foi dono do meu ser; Julho chegou e se foi para me ensinar que deixar as coisas fluírem nem sempre é a melhor opção. Dormir é bom e acordar pode ser melhor ainda. A resposta é o equilíbrio. Que Julho seja o equilíbrio entre os anos passados, que virão e um gato com um nome.

domingo, 30 de junho de 2013

Mona Lisas e Chapeleiros Malucos

Se lembra do chapéu coco, meu amor? Ouvi dizer que o chapeleiro perdeu um parafuso; agora ele quer descobrir a semelhança entre um corvo e uma escrivaninha. Mal sabe ele que Stephen King é passado. Stephen King, certo?
Mas na verdade quero dizer que encontrei o filho do banqueiro hoje. Também perdeu um parafuso, esse aí. Se afogou no seu mundinho de contas e papéis. Verdes, na maioria das vezes. Ele se esqueceu de olhar para o céu, querido. Agora mal sabe se é dia ou noite. Desde que suas contas estejam certas.
E eu? Tenho esse sorriso que tenta ser de Mona Lisa mas está mais pra crocodilo. Crocodilo quer dizer malícia, quer dizer carícia, quer dizer astúcia e diz mais ignorância. Ignorante por ser Mona Lisa. Eternamente condenada a sorrir enigmamente para estranhos e mentir seu nome quando cai a noite. Em vez de Penny, seria Mona Lisa.
Você sabe qual é a semelhança entre um corvo e uma escrivaninha?

domingo, 2 de junho de 2013

2am, who do you love?

Bella Donna caminha pelas ruas de São Paulo. Tão frias esse mês. Há pouco tempo meninas davam risadinhas e piscadelas para rapazes em seus vestidos curtos e salto alto. Agora Bella Donna passeia com sua calça jeans desbotada e tênis usado como se fizesse parte desse mundo e não de outro. Ela se esquece fácil demais de que não é nenhuma flor de jardim.
Parece que foi ontem que atravessou aquela Avenida Paulista com um copo de café na mão e o livro de Drummond nas mãos. Parece que foi ontem, mas a poesia sumiu da sua alma há alguns meses já. Tantas são as hipóteses. A poesia a deixou quando seu tempo foi ocupado, ou talvez quando ela o conheceu naquela noite onde conheceu a todos, talvez ainda quando ela escolheu a noite ao livro de Drummond.
É tempo de homens partidos. Bella Donna sabe muito bem disso. Homens partidos geram corações partidos, mas isso é o que chamam de crescer. Bella Donna não tem mais dezesseis ou dezessete anos (não que algum dia tivesse a sua idade verdadeira). Ela não é nenhuma rosa inglesa, sabe? Bella Donna pensa que é forte, mas são duas horas da manhã e ela se pergunta quem ama. Quem ele ama. Quem a ama.
Bella Donna já deveria ter aprendido que essa coisa de amor é perda de tempo. Bella Donna deveria se preocupar com a música sobre a Irlandesa há muito partida.

sábado, 13 de abril de 2013

Boa noite, Charlotte

 Charlotte fechou os olhos, já não tinha piscado por algum tempo. Mas a noite pareceu insuportavelmente vívida ali, com os olhos fechados, então contentou-se por encarar a escuridão. Lá fora, os pingos da chuva que a assustou e acalentou caíam furiosamente sobre os telhados das casas de luzes apagadas e janelas fechadas. Perdera a noção do tempo - talvez já fosse noite novamente. Outra noite de espetáculo para a qual não estava pronta.
 Revirou-se na cama, à procura dos lençóis que se perderam em algum ponto do dia, tarde ou noite. Charlotte encontrava-se vazia, perdida no próprio quarto que de súbito parecia grande demais para confortá-la. Sabia bem onde queria estar. Porém, aprendera por toda a sua vida que o querer é tão, tão diferente do poder. E justo na noite anterior o querer sem poder fizera com que fosse obrigada a aguentar esse silêncio tão ensurdecedor em sua própria casa.
 Não achei que te encontraria em mim mais uma vez, Charlotte. Sabemos o que temos que fazer agora, não é? Primeiro pegaremos aquele 1984 e rasgaremos suas páginas em protesto ao Grande Irmão. Depois colocaremos as palavras da nossa pequena Alice em nossos lábios e faremos delas os nossos mantras. Então será a hora de cantar "if I go insane please don't put your wires in my brain" e torcer para que alguém nos ouça e atenda ao pedido. Abaixaremos os olhos para as cenas românticas na televisão e arrancaremos penas das minhas asas para continuar enchendo essas páginas de metáforas roubadas. Porque você sempre foi parte de mim e eu torço para que me deixe.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

2. Like a Rolling Stone

Go to him now, he calls you and you can't refuse
When you ain't got nothing
You got nothing to lose.

Hoje andei por horas
Atrás de um álibi, uma saída
Acordei perdida; acordei caída.

domingo, 7 de abril de 2013

1. Summer '68

And I would like to know: How do you feel?

 E eu achei que a música alta demais me ajudaria a manter aquele estado emocional de "pedra de gelo". Foi estúpido esquecer que o gelo derrete com uma facilidade incrível - ainda mais depois de seis horas.
 Talvez tenha sido eu a dizer adeus antes de olá; talvez tenha sido você quem deu a resposta cedo demais. Talvez nenhuma palavra tenha sido dita. Como funciona essa coisa do talvez? As noites são curtas demais, querido. O amanhã é cretino demais.
 O verão de 1968 acabou há 45 anos e de repente nem tudo o que se precisa é amor. 

Ten more reasons why I need somebody new
just like you.

1. Summer '68 - Pink Floyd
2. Like a Rolling Stone - Bob Dylan
3. Folhetim - Chico Buarque
4. Piece of My Heart - Janis Joplin
5. But It's Better If You Do - Panic! At The Disco
6. That's All - Genesis
7. Sober - P!NK
8. Norwegian Wood - The Beatles
9. Mr. Brightside - The Killers
10. Can't Stop - Red Hot Chilli Peppers