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quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Sobre Dire Straits e redescobrir a paixão pela música

paixão
1.Sentimento tão forte quanto o amor, mas efêmero, provocador, impulsivo, desesperado, inquieto. 

Há alguns anos, eu era extremamente ávida pela escrita. Uma busca rápida pelos arquivos deste blog mostra que há 2 ou três anos não havia dia que se passasse sem algum conto, reflexão, história ou só palavras jogadas fora. Escrevia pelo prazer de escrever, pelo corte que arrancaria o tourniquette que eu nem ao menos sabia que estava lá, mas ao ser arrebentado me permitia respirar. Aí, bom, chegou a vida adulta (de verdade).
As preocupações com dinheiro, emprego, faculdade me fizeram cair naquele clichê que eu tanto criticava: as pessoas que não têm tempo para si. Eu passei a dizer a mim mesma que não tinha tempo para escrever, para ouvir um Animals da vida com a mesma dedicação de antes, para reler 1984 pela trigésima vez e descobrir algo novo sobre a obra. Eu me afastei de todas as coisas que me moldaram e, bem, eu estava ok com isso.
Até que há algumas semanas, eu ouvi o Communiquè. Aquele álbum do Dire Straits que me fez escolher o Jornalismo como profissão. E esse álbum me encheu de uma nostalgia que só o timbre do Mark Knopfler podia provocar em mim. Essa voz grossa, rouca, a melodia que praticamente dança como as palavras de Cortázar, os personagens tão diferentes e iguais em essência e que me transportaram diretamente para a primeira vez que ouvi os acordes iniciais de Once Upon a Time in the West.
Cara, que paixão eu tenho por esse álbum. Paixão porque é mais do que amor, é um desejo impulsivo e desesperado de fazer parte da música (and the music make her wanna be the story and the story was whatever was the song, what it was). Comecei a refletir sobre a música, como há muito não fazia, e perceber que eu mordia os lábios para não sorrir ao cantar News. Que meu corpo gelava com determinadas notas e variações de tom em Single-Handed Sailor. Que era impossível não dançar ao som de Lady Writer. Foi aí que eu redescobri minha paixão por tudo. Pelos livros, pela música, por mim.
Parece estúpido dizer que um simples álbum pode mudar tanta coisa na sua semana, mas música nunca foi algo que poderia ser descrito com a palavra “simples” para mim. Um trecho de Radio Gaga, do Queen, diz que “everything I had to know I heard it on my radio” e é exatamente assim que me sinto – todas as lições valiosas, realmente valiosas, foram aprendidas com a música.
Este é, portanto, mais um dos meus velhos textos de agradecimento. À Mark Knopfler e sua banda por produzirem música tão boa, tão ridiculamente boa que é capaz de alterar percepções e fazer de mim uma pessoa melhor. Obrigada por me lembrar de por que eu digo gosto de música, e não apenas ouço. Obrigada por... bom, existirem.

E fica aqui a minha promessa de um segundo encontro com as palavras.


She gets rock and roll and a rock and roll station and a rock and roll dream

domingo, 20 de outubro de 2013

Um monólogo sincero

Às vezes eu sinto vontade disso. De ter uma conversa séria comigo mesma e afastar aquelas metáforas que eu tanto amo e temo. Você sabe, usar palavras simples, sentenças diretas e não camuflar o que é feio e tento tornar bonito. E sabe qual é a coisa mais sincera que eu posso dizer? Nada mudou.
Tenho escrito muito sobre 2012 x 2013, inocência x malícia, infância x adolescência, mas de verdade, eu sempre soube que esse seria o meu caminho. Sempre tive aquele pé depois das 10h da noite e a velha mania de gentileza durante o dia e aquela coisa de "miss nothing" quando a noite chega. Nada mudou.
Também tenho escrito muito sobre chapéus e desconhecidos, mas alguns dias são inesquecíveis, sabe. A primeira noite, a troca de Hitchcock por um batom cor-de-rosa e a noite do cinema. E por mais que eu tenha encontrado aquele Julian Casablancas e disfarçado com outras palavras o que eu queria verdadeiramente dizer para você, bem... Nada mudou.
Hoje é dia de Whitesnake. Dia de "Hanging on the promises and songs of yesterday and I've made up my mind, I ain't wasting no more time" e "I knew your name was trouble but my heart got in the way". Principalmente essa história de saber que você seria um problema e não ter medo logo no começo. Agora eu tenho. E essa é a segunda maior verdade que eu posso dizer. Nada mudou. E eu tenho medo de você.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

10. Can't Stop

Wait a minute, I'm passing out
Win or lose just like you
Far more shocking than anything I ever knew
How about you?
Ten more reasons why I need somebody new
Just (un)like you

Quando comecei a escrever, achava que não precisava de alguém novo, se precisasse seria alguém como você. As coisas mudam, né?
Tudo o que eu queria era terminar esse projeto logo. 

9. Mr. Brightside

I never...

O fantasma do batom vermelho na noite que o meu era rosa. Você não esperava que eu esquecesse disso tão fácil, esperava? Cansei dessa história de álibi. O estranho que não está vendendo nenhum álibi, o amor que se engasga no próprio álibi. No fim do dia, sou eu quem preciso de um álibi que justifique os erros que nunca serão trocados por sonhos. Erros ingênuos de uma criança ingênua. Mas agora eu vi o suficiente para saber que coisas bonitas nunca permanecem assim, obrigada Madden. Obrigada por me ensinar a abrir olhos desconfiados.

8. Norwegian Wood

“I was always hungry for love. Just once, I wanted to know what it was like to get my fill of it -- to be fed so much love I couldn't take any more. Just once.”
Norwegian Wood - Haruki Murakami

Norwegian Wood. Como foi que isso virou um conceito maior do que uma música ou um livro, bem, não consigo me lembrar. Mas é sinônimo de nostalgia isso, não é? Um dia a minha tatuagem vai dizer this bird has flown, e quem sabe a tinta impregnada que faça acreditar que não arranquei todas as penas possíveis. Pássaros voam quando a terra os desaponta. Voam para o grande Céu de anil e aprendem a amar o vento forte que bate contra o corpo. Aprendar a amar o vento é mais fácil do que aprender a amar e ser amado por uma outra pessoa. 

7. Sober

10 de fevereiro de 2013
"Às vezes é difícil acertar a história, e meus pontos favoritos daquela noite foram os espaços em branco. Porque a sobriedade me doeu e eu não podia voltar para o lugar de onde pedi para você me tirar, e no fim de tudo só me restou andar pela Paulista que acordava. Eu não durmo. Hitchcock não dorme. A Augusta não dorme. Mas você está descansado."

Dois meses se passaram, e eu não aprendi a não deixar a festa acabar quando o relógio marca três horas da manhã.

6. That's All

10 de fevereiro de 2013
" Volto para casa no horário em que saí, debaixo da mesma chuva. Tudo está quieto demais e o texto se forma na minha cabeça. Platão disse que era preciso estar bêbado para falar de amor: discordo. A embriaguez é necessária para amar, mas só dá pra falar de amor sóbrio. Sobriedade também pode ser sinônimo de torpor; quer saber como São Paulo pode ser frustrante? A noite da cidade grande é assustadoramente bela - belamente assustadora. Não reclamo, eu gosto disso, mas a KISS FM decidiu me fazer ouvir That's All. Ocasionalmente, você olhou para mim e eu olhei para você, sóbria. Desci os olhos para os seus lábios e o fantasma do batom vermelho, naquela noite em que o meu era rosa."

sábado, 27 de abril de 2013

5. But It's Better If You Do

Lying is the most fun a girl can have without taking her clothes off...

Agora a minha idade está de acordo com os bares onde eu desejava conseguir esquecer o seu nome. Bem sei que é exatamente onde você queria que eu estivesse. E me diga, querido, é suficiente pagar com a ingenuidade?
Porque o fiz.
E o fiz até que a ingenuidade fosse breve lembrança em mim, e restasse a malícia de fazer com outros o que ousou fazer comigo. Paguei com a ingenuidade até que surgisse a sombra da sagacidade e a certeza de que a confiança se esvaíra.
E eu tenho medo de ter fingido. Fingido ser uma coisa que eu nunca fui, e me tornado o que nunca quis ser. Até que me encontrei morta no seu lugar. Onde você me queria.
Apenas... obrigada.

4. Piece of My Heart


Querido, eu vou te mostrar que uma mulher pode ser forte.
Arranque todos os pedaços que quiser - já me acostumei a arrancar penas das asas e mergulhar na tinta.
De qualquer forma, vá em frente e ouse quebrar aquilo que você juntou.
Quer dizer, se é que isso te faz sentir bem.

Eu tive o suficiente. Mas vou te mostrar que uma mulher pode ser forte.

3. Folhetim

Se acaso me quiseres sou dessas mulheres que só dizem sim
Por uma coisa à toa, uma noitada boa
Um cinema, um botequim.
(...)
E eu te farei as vontades, direi meias verdades sempre à meia luz.

 Ah, esse meu folhetim de muitas páginas. Você me fez acreditar que contaria até vinte. Convenhamos que cabe a essas palavras explicar por que preciso de alguém novo, talvez não tão assim como você. E bem, eu sou dessas mulheres que só dizem sim.
O problema de Folhetim é que Chico Buarque não deixou uma mensagem em aberta e essa música fala por si. Ela explica por que sou um dos motivos pelos quais preciso de alguém novo.
Não deixei a abertura para contar até dez, quem dirá vinte.
E já não vales nada, és página virada e descartada do meu Folhetim.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

2. Like a Rolling Stone

Go to him now, he calls you and you can't refuse
When you ain't got nothing
You got nothing to lose.

Hoje andei por horas
Atrás de um álibi, uma saída
Acordei perdida; acordei caída.

domingo, 7 de abril de 2013

1. Summer '68

And I would like to know: How do you feel?

 E eu achei que a música alta demais me ajudaria a manter aquele estado emocional de "pedra de gelo". Foi estúpido esquecer que o gelo derrete com uma facilidade incrível - ainda mais depois de seis horas.
 Talvez tenha sido eu a dizer adeus antes de olá; talvez tenha sido você quem deu a resposta cedo demais. Talvez nenhuma palavra tenha sido dita. Como funciona essa coisa do talvez? As noites são curtas demais, querido. O amanhã é cretino demais.
 O verão de 1968 acabou há 45 anos e de repente nem tudo o que se precisa é amor. 

Ten more reasons why I need somebody new
just like you.

1. Summer '68 - Pink Floyd
2. Like a Rolling Stone - Bob Dylan
3. Folhetim - Chico Buarque
4. Piece of My Heart - Janis Joplin
5. But It's Better If You Do - Panic! At The Disco
6. That's All - Genesis
7. Sober - P!NK
8. Norwegian Wood - The Beatles
9. Mr. Brightside - The Killers
10. Can't Stop - Red Hot Chilli Peppers

domingo, 24 de fevereiro de 2013

the bleeding hearts

I'm safe up high, nothin' can touch me
but why do I feel this party's over?
No pain inside, you're my protection
So how do I feel this good sober?


The world I love, the tears I dropped to be part of the wave
Can't stop
Ever wonder if it's all for you?
The world I love, the trains I hopped to be part of the wave
Can't stop
Come and tell me when it's time to...
Wait a minute, I'm passin' out, win or lose just like you
Far more shocking than anything I ever knew, how about you?
Ten more reasons why I need somebody knew just like you.

I knew you were trouble when you walked in
So shame on me now
Flew me to places I've never been
Now I'm lying on the cold hard ground. 

I'm miss autonomy, miss nowhere, I'm at the bottom of me
Miss androgyny, miss don't-care-what-i've-done-to-me.
I'm misused, I don't wanna do, be not your slave
Misguided, I mind it, I'm missing the train
And I don't know where I've been
And I don't know what I'm into
And I don't know what I've done to me
And as I watch you disappear into the ground
My one mistake was that I never let you down
So I'll waste my time, and I'll burn my mind
I'm MISS NOTHING.

Já que não consigo escrever, tá aí música pra resumir a semana.

domingo, 6 de janeiro de 2013

you stranger

Quase passou em branco, querido, e isso sim seria algo imperdoável. Não posso deixar de falar sobre você, Roger "Syd" Barrett, um dos meus maiores ídolos e com quem me identifico no dia em que seria seu aniversário. Eu sou eu e você é grande parte de mim, e eu te entendo, sabe? Eu leio sobre você e quando te apontam a loucura eu penso "eu sei o que é isso". Provavelmente penso de forma errônea, mas eu consigo me identificar com você de uma maneira que nem saudável é. De qualquer forma, você me inspira. Sua criatividade, suas metáforas, sua música e poesia, e eu almejo alcançar o nível que você alcançou, por mais que sua história tenha um final tão belamente depressivo. Sabe que sempre perco as palavras quando falo de você, creio que minha relação é complexa demais dentro da minha própria alma para transformar em palavras a minha admiração por ti. É por aí. Feliz aniversário, Syd, e perdoe-me pela falta de inspiração. Pelo jeito inspiração é algo dois mil e doze demais para mim. Mesmo que Jugband Blues encha meu coração de poesia.
come on you target for faraway laughter, come on you stranger, you legend, you martyr and SHINE!

sábado, 22 de dezembro de 2012

Boas Novas

Poetas e loucos aos poucos, cantores do porvir e mágicos das frases endiabradas sem mel, trago boas novas! bobagens no papel. Balões incendiados, coisas que caem do céu sem mais nem porquê. Queria um dia no mundo poder te mostrar o meu, talento pra loucura, procurar longe do peito. Eu sempre fui perfeito pra fazer discursos longos, fazer discursos longos sobre o que não fazer. Que é que eu vou fazer? Senhoras e senhores, trago boas novas! Eu vi a cara da morte e ela estava viva. Direi milhares de metáforas rimadas e farei das tripas corações, do medo minha oração pra não sei que Deus "H" da hora da partida a tiros de vamos pra vida. ENTÃO VAMOS PRA VIDA!

 Não deixei de existir, meu amado leitor inexistente, mas tenho me perguntando por quê não consigo escrever quando estou feliz. Como estou. E como estou! Eu fui para a vida, comecei a viver, diga o que quiser, sei é que abri os olhos. E que a inspiração me deixou porque estou feliz. 
(Como eu recomendo essa coisa de perceber que nada te falta.)

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Autoexplicativo.


But you didn't have to cut me off
Make out like it never happened and that we were nothing
And I don't even need your love
But you treat me like a stranger and that feels so rough
No, you didn't have to stoop so low
Have your friends collect your records and then change your number
I guess that I don't need, that though
NOW YOU'RE JUST SOMEBODY THAT I USED TO KNOW.

domingo, 30 de setembro de 2012

Roxanne

Roxanne, why does my heart cry?
Feelings I can't fight!
You're free to leave me but just don't deceive me
And please, believe me when I say I LOVE YOU!
E tem um conto vindo aí.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Please, stay, I wanna hear you play.

 Não quero saber de poesia ou de Beatles ou de José de Alencar. Hoje não quero saber da chuva ou do sol, da comida ou da água ou do oxigênio. Hoje eu não me importo com o passado ou o futuro, as alegrias e as decepções, o medo ou a expectativa. Hoje não tô nem aí para paradoxos. Não quero andar ou correr. Gritar, esperar, criar, imaginar, respirar, deitar, brincar, transformar, falar... Nada disso importa hoje.
 Quero te ouvir tocar. Quero me afogar no seu compasso e tomar ar na sua batida. Quero que sejas tudo o que vejo, tudo o que ouço, tudo o que tenho, que seja meu disco novo, que não vai riscar ou quebrar. Cansei de música velha - é história velha, e de velho tenho o resto. Quero te ouvir esta noite e estar segura na música com você.
 Estou me enojando com a quantidade de textos amorosos estou escrevendo. Tá na hora de mudar isso, né...