10/09/2012
Encarei o movimento das ondas, tão perfeitamente dessincronizado; meu corpo jogado na areia, deixe que o mar me arraste para longe daqui! Nem tudo embaixo do Sol está "in tune". O Sol queima, fere, é brasa que fere lentamente - é calor que tenta aquecer a alma, mas tudo o que arde é a pele.
Sou espectadora da vida; só assumo o papel principal no meu monólogo sem audiência. Sou quem tira a foto, quem abre as cortinas e quem controla a luz - sou quem diz que o show deve continuar. O papel coadjuvante também é importante, querido, sem ele o seu caráter de destaque não é tão interessante.
Deixo-me ser arrastada pela água salgada que faz doer os cortes, deixo meu corpo detrás das cortinas ser puxado para o desconhecido, sabe-se lá se o bom Senhor decidiu me buscar. Não, não fui levada para o desconhecido. Estou de volta à cidade grande.
É noite de espetáculo.
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