domingo, 25 de agosto de 2013

Abre os olhos e descobre o que significa Comfortably Numb

Essa conversa de sentir falta do que costumava ser já ficou tão velha quanto a avenida que costumava chamar de refúgio. Depois de oito meses diretos, essa Paulista virou desgastada. Tá na hora de mudar o discurso, né?
Hoje passeio pelo meu quarto. Muita coisa acontece de um canto ao outro quando sua própria alma se tornou maçante demais; insuportável demais. Percebi que a "antiga eu" nunca deu muito certo. E então decidi que era nova demais pra me preocupar com política; que Pink Floyd traz pensamentos de crise de meia-idade; George Orwell talvez nunca aprendeu a se divertir. Eu me diverti. Céus, como me diverti. Fingi que corpo e mente tinham dezoito anos, mas quem disse que eu gosto de ser adolescente?
Existem dois pólos distantes na minha parede. No primeiro, letras de músicas das minhas bandas preferidas julgam e traduzem o que sempre fui. O segundo parece não se importar; somos humanos ou dançarinos? E The Who grita "you stop dancing!"
Gosto do que fui e do que sou agora. Gosto do meu gosto musical amplo - você sabe, apreciar uma música que te faz arrepiar, mas também dançar sem compromisso ao som de uma canção que não me faça pensar. O problema está naquela crônica sobre o chapéu coco e brincar com as pessoas (entendi minha obsessão por chapéus...) - não foi tão interessante quando deixei que brincassem comigo.
Confortavelmente entorpecida significa encontrar a pessoa que parece perfeita para você e perceber que deixei de ser essencialmente o ideal para ela. Perdi a coragem de despir sentimentos e a ousadia de jogar com as palavras por puro medo de descobrir o que encontraria. Chegou a hora de enfrentar o compromisso: não mais acreditar que sentimentos alheios não importam e que sou jovem e inocente demais para me preocupar com problemas maiores que eu.
Vamos falar sobre equilíbrio?

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Mother, should I (re)build the wall?

Zona de conforto. Não entendo toda essa algazarra em torno do conceito. O que existe de tão errado em respeitar os limites que você mesmo cria? Sua zona de conforto é, afinal, sua zona de segurança, seu escudo contra qualquer coisa que possa machucar. E por que infernos você iria querer se machucar?
Sair da zona de conforto é desconfortável, constrangedor, perigoso e arriscado. Vou fazer melhot reconstruindo aquele muro de tijolos brancos e canções codificadas.

domingo, 11 de agosto de 2013

Closer to the edge...

28.07

I don't remember the moment I tried to forget
I lost myself, is it better not said?
Now I'm closer to the edge...

Se hoje fosse há um ano, eu estaria entre as paredes de uma biblioteca com o rosto enterrado nas páginas de um livro que fizesse vista grossa ao mundo onde vivo. Hoje, em 2013, o ceticismo e niilismo são deixados para trás escada acima e noite adentro.

Se nesse mesmo dia há um ano eu viesse a conhecer alguém que falasse e agisse como eu, a tendência seria que minha mente recitasse esporadicamente Young Lust ou qualquer outra melodia que condenasse e traduzisse a incapacidade de compreender um universo onde uma noite perfeitamente adequada para um romance noir fosse gasta na iluminação fraca de luzes piscantes.

Hoje eu decidi viver como dois mil e doze; aquecida, confortável, descansada. Um copo de café na mão e aquele velho filme da Audrey Hepburn que me ensinou que não pertencemos a ninguém e o que são os dias vermelhos. Me perguntei qual seria o meu caminho até um lugar como a Tiffany's. Você sabe, que seja como um lar e me deixe ser dona das coisas.

Como 2013 foi dono do meu ser; Julho chegou e se foi para me ensinar que deixar as coisas fluírem nem sempre é a melhor opção. Dormir é bom e acordar pode ser melhor ainda. A resposta é o equilíbrio. Que Julho seja o equilíbrio entre os anos passados, que virão e um gato com um nome.